Dois Movimentos Para a Caatinga (EP com Carlos Rennó, Juliana Linhares, Xangai e Quinteto da Paraíba)

Capa do EP de Dois Movimentos Para a Caatinga, de Chico César e Carlos Rennó - Foto: Walter Carvalho


“Dois Movimentos Para a Caatinga” – de Chico César e Carlos Rennó

  1. Uma Defesa da Caatinga, com Chico César, Xangai e Quinteto da Paraíba
  2. Outra Defesa da Caatinga, com Chico César, Juliana Linhares e Quinteto da Paraíba

Link para ouvir:
http://tratore.ffm.to/doismovimentosparaacaatinga

FICHA TÉCNICA:

Concepção: Carlos Rennó;
Direção Artística: Carlos Rennó, César Lacerda e Chico César;
Produção Musical: César Lacerda;
Arranjos para Quinteto de Cordas: Adail Fernandes;
Direção de Produção: Guto Ruocco – Circus Produções Culturais;
Produção Executiva: Circus Produções Culturais e César Lacerda;
Planejamento e estratégia de comunicação: Marcela Righi;
Foto de Capa: Walter Carvalho;
Design gráfico: Rodrigo Benso;
Coordenação de mídia: Maria Caroline Moreira;
Redes: Marcos Lauro;
Manager Chico César: LFmaisC;
Assessoria Jurídica: Talita Young e Fabiano Young.

um lançamento Circus Produções Culturais/ Chita Discos

Uma Defesa da Caatinga
(Chico César e Carlos Rennó)

Uma perda tá no ar da caatinga,
E quem sente, dessa perda se ressente.
Sente o rio e a nascente que nem pinga,
O mandacaru, o carcará e a gente.

Tá no olho em que rebrilha a pedra enorme,
Que reflete o sol, o sol mais inclemente.
Tá na voz que clama contra, inconforme,
Com o que torna o clima cada vez mais quente.

Caatinga, caatinga,
Por mais que seus matos hoje se consomem,
Que a ambição na ação do homem
Não a extinga,
Não a extinga, não.

O desmando do sistema demandando
Muita água, lenha, gesso, boi, carvão,
O desmate desmedido descambando
Em deserto, por dinheiro: perdição…

Exaspera ver a áspera beleza
Reduzida a uma riqueza que é finita.
Emudece ver que, triste, a natureza,
No que muda, silenciosamente grita.

Caatinga, caatinga,
Por mais que seus matos hoje se consomem,
Que a ambição na ação do homem
Não a extinga,
Não a extinga, não.

Quando fortes trovoadas não reboam
Nos sertões ruidosamente que nem antes,
Aflições em nossos corações ecoam,
De pensarmos em futuros retirantes.

Meu temor é de que jovens que virão
Não verão a mutação da caatinga,
Quando chove e tudo explode em verde novo,
E ao olhar do povo alegre a vida vinga.

Caatinga, caatinga,
Por mais que seus matos hoje se consomem,
Que a ambição na ação do homem
Não a extinga,
Não a extinga, não.

Ficha Técnica Música:
Vozes: Chico César e Xangai;
Violão: Chico César;
Violino I: Ronedilk Dantas;
Violino II: Wilen Moreira
Viola: Ulisses Carvalho da Silva
Violoncello: Nilson Galvão
Contra-baixo: Xisto Menezes
Arranjo: Adail Fernandes;
Vozes e violão de Chico César gravados por Alexandre Fontanetti, no Estúdio Space Blues, em São Paulo, SP;
Voz de Xangai gravada por Thomaz Oliveira, no Estúdio Laboratto, em Vitória da Conquista, BA;
Quinteto da Paraíba gravado por Marcelinho Macedo, no Estúdio Peixe-Boi, em João Pessoa, PB.
Mixagem: Alexandre Fontanetti, no Estúdio Space Blues, em São Paulo, SP;
Masterização: Carlos Freitas, em Classic Master, em Miami, EUA.

Outra Defesa da Caatinga
(Chico César e Carlos Rennó)

Uma perda tá no ar da caatinga,
E quem sente, dessa perda se ressente.
Sente o rio e a nascente que nem pinga,
O mandacaru, o carcará e a gente.

Tá no olho em que rebrilha a pedra enorme,
Que reflete o sol, o sol mais inclemente.
Tá na voz que clama contra, inconforme,
Com o que torna o clima cada vez mais quente.

Caatinga, caatinga,
Por mais destruída, por mais degradada,
Que a humana ação danada
Não a extinga,
Não a extinga, não.

Da visão da terra desertificando
À de nós da terra desertando, ui!
O desmatamento que vai aumentando
E a diversidade que só diminui…

Muito triste ver seu uso até o fim,
Tanto abuso, tanta perda, tanto dano.
Revoltante ver a caatinga assim,
Esquecida e relegada a sexto plano.

Caatinga, caatinga,
Por mais destruída, por mais degradada,
Que a humana ação danada
Não a extinga,
Não a extinga, não.

O semiárido se convertendo em árido
Nos converte à luta pela ação vital
Da restauração e a lei que o ampare
Do poder devastador do capital.

Meu clamor é por que a água nunca míngüe
No subsolo do lençol da caatinga;
Que, por toda a fauna e flora que a distinguem,
Finalmente o poder público a distinga.

Caatinga, caatinga,
Por mais destruída, por mais degradada,
Que a humana ação danada
Não a extinga,
Não a extinga, não.

Ficha Técnica Música:
Vozes: Chico César e Juliana Linhares;
Violão: Chico César;
Violino I: Ronedilk Dantas;
Violino II: Wilen Moreira
Viola: Ulisses Carvalho da Silva
Violoncello: Nilson Galvão
Contra-baixo: Xisto Menezes
Arranjo: Adail Fernandes;
Vozes e violão de Chico César gravados por Alexandre Fontanetti, no Estúdio Space Blues, em São Paulo, SP;
Quinteto da Paraíba gravado por Marcelinho Macedo, no Estúdio Peixe-Boi, em João Pessoa, PB.
Mixagem: Alexandre Fontanetti, no Estúdio Space Blues, em São Paulo, SP;
Masterização: Carlos Freitas, em Classic Master, em Miami, EUA.