Em novembro de 2005, o sexto CD de sua carreira, ”De uns tempos pra cá”, pela gravadora Biscoito Fino. Com 12 faixas, traz canções autorais compostas por Chico desde a década de 80, num formato camerístico com o Quinteto da Paraíba: dois violinos (Yerko Tabilo e Ronedilk Dantas), uma viola (Samuel Spinoza), um violoncelo (Raiff Dantas) e um baixo acústico (Xisto Medeiros). Um ano depois o DVD, Cantos e Encontros de uns tempos pra cá, gravado durante show no Auditório do Ibirapuera.
Em 2008 surge “Francisco Forró y Frevo”, um mergulho do artista no espírito das duas principais festas populares nordestinas (o Carnaval e os festejos juninos), para criar um disco alegre em que o foco se encontra na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com “beats” universais. Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska… No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando da clássica dupla Dodô e Osmar.
No ano de 2012, uma celebração: sai o DVD “Aos Vivos Agora”. Com ele, uma nova versão do CD e também o vinil.
Em 2015 Chico César lança “Estado de Poesia”, seu primeiro disco de inéditas em oito anos.
“Estado de Poesia” (Natura Musical) é um disco que une a riqueza dos ritmos brasileiros à sonoridade universal. Num mesmo álbum, samba, forró, frevo, toada e reggae se misturam e dão vida ao novo trabalho de Chico César.
Chico César venceu a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira 2018 na categoria melhor álbum de “Pop/Rock/ Reggae/ Hiphop/ Funk com o disco “Estado de Poesia – Ao Vivo, lançado em DVD + CD, em 2017, pela Deck.
Já em 2019, chega o novo trabalho, um comentário robusto de suas vivências político-sociais, no convulsionado momento brasileiro dos últimos anos. Todas as 13 faixas de “O Amor É um Ato Revolucionário”, letra e música, são assinadas apenas por Chico César. Gravado entre abril e junho de 2019, nos estúdios Gargolândia (SP), Casa do Mato (RJ), Space Blues (SP) e Etéreo das Recordações de Chita (SP), o álbum tem produção de André Kbelo Sangiacomo e do próprio Chico César, que assina a direção com Helinho Medeiros, pianista de seu grupo. Exceções são as faixas “History” (produzida e arranjada por Márcio Arantes), “Pedrada” (produzida e arranjada por Eduardo Bid) e “Eu Quero Quebrar”, que (além da leitura de Chico e banda) ganhou uma versão bônus produzida por André Abujamra. O disco traz alguns convidados: a adolescente paraibana Agnes Nunes (com quem divide os vocais em “De Peito Aberto”), a jovem cantautora pernambucana Flaira Ferro (em “Cruviana”) e o guitarrista paulistano Luiz Carlini (na música “O Amor é um Ato Revolucionário”, com um longo improviso em que até cita seu mitológico solo na primeira gravação de “Ovelha Negra” com Rita Lee e Tutti Frutti).
Também em 2019, se encontra com Geraldo Azevedo e idealiza a turnê Violivoz, que foi adiada por conta da pandemia de Covid-19 e retomada em outubro de 2021. Ainda durante a pandemia, Juliette Freire, participante do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, cantou a música “Deus Me Proteja”, do disco Francisco, forró y frevo, de 2008, na edição 2021 do programa, o que causou um aumento expressivo nas audições não apenas dessa música mas de toda a discografia de Chico César – o artista cresceu 173% em uma das plataformas, o Spotify, e passou dos 100 mil inscritos no YouTube. Em 2023, a turnê com Geraldo ganhou um registo audiovisual no Youtube, que ultrapassou o milhão de visualizações em pouco tempo.
Vestido de Amor, o décimo álbum gravado em estúdio do cantor e compositor Chico César, chegou ao streaming em 2022 abordando profundamente o tema do pan-africanismo; desta vez do ponto de vista da diáspora – o disco foi pensado e gravado na França, com o selo Zamora. Assim sendo, Chico convidou Salif Keita e Ray Lema, dois grandes nomes da música africana, para contribuir. Como resultado, o músico entrega um álbum com múltiplas cores: do forró do norte brasileiro ao reggae jamaicano, da rumba zairense para o calipso, do coco ao elétrico rock urbano. Primeiro trabalho do artista concebido fora do Brasil, elabora uma narrativa franca e lúdica, afirmação de um mundo mestiço, onde dançar é sempre possível, especialmente através da alegria, das mensagens de paz e fraternidade, mas também de luta. Produzido pelo franco belga Jean Lamoot (Bashung, Salif Keita, Mano Negra), “Vestido de Amor” traz o mandingo kora de Sekou Kouvaté e o baixo percussivo do camaronês Etienne M’Bappé.
Ao Arrepio da Lei, seu disco em parceria com Zeca Baleiro que chegou ao mundo em 2024, foi totalmente composto à distância com Zeca por conta das restrições da pandemia. A parceria inaugurada há 32 anos por Chico e Zeca foi retomada com uma nova safra de mais de 20 canções, compostas entre maio de 2020 e o início de 2021, durante a pandemia. Com tantos trabalhos em paralelo, Chico e Zeca retomaram as gravações em 2022. Só no final de 2023, Chico e Zeca voltaram a se juntar para gravar as vozes e concluir o álbum. Swami Jr., que já trabalhou com Chico e Zeca em shows e discos, foi convidado a produzir o álbum. Juntos, os três começaram a escolher as canções e a gravar em seus estúdios caseiros, no período em que o distanciamento social era importante para reduzir o avanço da covid-19. “Ao Arrepio da Lei” ainda tem uma canção produzida por Érico Theobaldo (“Lovers”) e outra por Alexandre Fontanetti (“Verão”). Outra parceira artística de ambos desde os anos 80, Vange Milliet foi convidada para fazer as fotos de divulgação e para a capa do álbum, que tem projeto gráfico de Andrea Pedro.